Revoltas tenentistas em Mato Grosso

O estado brasileiro de Mato Grosso foi foco de conspirações militares tenentistas na década de 1920 e palco de uma série de revoltas: por parte do comando da Circunscrição Militar de Mato Grosso (CMMT), em Campo Grande em 1922, do 10.º Regimento de Cavalaria Independente (RCI) de Bela Vista em 1924, e do 17.º Batalhão de Caçadores (BC) de Corumbá em 1925. Forças tenentistas vindas de outros estados também fizeram incursões: a coluna oriunda da Revolta Paulista, em 1924, e a Coluna Prestes em 1925 e 1926–1927. O estado de sítio vigorou no estado de agosto de 1924 até o final de 1925, e novamente de outubro de 1926 a fevereiro de 1927.

A tradicional prática de transferir militares desobedientes a Mato Grosso, somada às más condições de trabalho na região, favoreceram a adesão de seus oficiais mais jovens à oposição armada nacional a Artur Bernardes, presidente eleito em 1922. A elite política mato-grossense permaneceu alinhada ao governo federal. Paralelamente à Revolta dos 18 do Forte no Rio de Janeiro, em 5 de julho, o general Clodoaldo da Fonseca cedeu à pressão de seus tenentes para formar uma "Divisão Revolucionária Provisória", mas nem todas as unidades subordinadas aderiram, e não houve apoio civil. Forças governistas concentraram-se na outra margem do rio Paraná, mas a notícia da derrota do movimento no Rio fez o general entregar o comando sem lutar.

O planejamento da Revolta Paulista incluía revoltas paralelas em Mato Grosso, e uma delas se concretizou entre os tenentes do 10.º RCI em 12 de julho de 1924, sob a liderança de Riograndino Kruel e Pedro Martins da Rocha. Os próprios sargentos do regimento fizeram uma contrarrevolta e prenderam os tenentes, ao custo de dois feridos. No mês seguinte, revoltosos vindos de São Paulo tentaram ocupar o sul de Mato Grosso e foram repelidos na Batalha de Três Lagoas, prosseguindo em seguida à campanha do Paraná. Os sargentos Antonio Carlos de Aquino e Adalberto Granja sublevaram o 17.º BC em 27 de março, resultando em duas dezenas de feridos em combates com legalistas do Exército, Marinha e civis. Os rebeldes no Paraná formaram a Coluna Prestes e atravessaram Mato Grosso duas vezes, a caminho de Goiás, em maio e junho de 1925, e de Goiás ao exílio, de outubro de 1926 a fevereiro de 1927.


© MMXXIII Rich X Search. We shall prevail. All rights reserved. Rich X Search